sábado, 21 de julho de 2012

Minhas Feras I - ESCOLA


Essa história toda de C.E.D.  começou, na minha vida, quando uma gatinha tricolor (preto, branco e amarelo) da escola onde trabalho apareceu com duas filhotas fofas por lá e nós, que nunca a tínhamos visto com filhotes, ficamos apavoradas em pensar que logo, logo a área estaria tomada por gatos.

Na verdade as pessoas da redondeza têm bastante tolerância com os bichanos, eles recebem alimentação e água, têm abrigo por lá e levam uma vida razoavelmente tranquila, levando-se em conta que não têm tutores.  Os felinos moram entre a escola, uma imobiliária e uma lanchonete, num total - aparentemente - de quinze animais, dos quais sete já castrei (não contabilizo nem as duas filhotas que resgatei, nem uma outra adulta que foi capturada e adotada por uma pessoa que a queria faz tempo). 

A velocidade com a qual as esterilizações são feitas depende, basicamente, de três fatores: 
- disponibilidade de tempo minha e do meu marido;
- disponibilidade de tempo do veterinário;
- algum gato entrar na gatoeira - às vezes eles nos dão grandes balões :((

Nesta semana corrente, por exemplo, a agenda da clínica estava cheia, então não pude fazer nada. Mas para a próxima estão previstas três castrações, para compensar.

Aos poucos as pessoas estão tomando conhecimento da Operação, que agora tem uma logo fofa - que será apresentada em breve - e os pedidos de " socorro, tem um monte de gato na minha rua e preciso de ajuda para capturar e castrar" estão começando a aparecer na minha vida. Acho bem legal, para dizer a verdade. Fico muito empolgada. 

Então, com vocês, meus capturados e devidamente esterilizados e devolvidos. Não preciso dizer que tenho um carinho especial por eles, então cada um dos que conheço tem um apelido de identificação. Peço desculpas pelas fotos, que não têm muito boa qualidade, mas ainda tenho dificuldade em tirar fotos desse povo; não participo das cirurgias e ainda não dei um jeito nisso, mas estou tentando.

Gato #1
O Frajola. Adulto, macho, relativamente jovem, não sei de onde surgiu, pois eu nunca o tinha visto na escola. Nesta captura eu ainda não sabia que a gatoeira não pode ficar de um dia para outro, então ele passou a noite lá dentro, coitado. Mas não é dos mais bravos, somente meio assustado. Como eu também não sabia muito do processo todo ainda, ele não tem a marcação da orelha. No dia da devolução, ele reconheceu o local e foi chegando pertinho da porta, conforme chegávamos ao local onde foi solto. Em dois segundos estava em cima do muro. Acho essa carinha dele na foto muito meiga :))


Gato #2
Esse gatão é lindo. Uma outra pessoa que alimenta os bichinho o chama de Velho, mas pra mim é o Siamesão peludo (tem um outro siamês de pelo mais curto e mais escuro). Ele é lindíssimo e foi um dos mais bravos, segundo os veterinários. Aliás, os veterinários chamam "meus" gatos de jaguatiricas :))
Esse eu já vinha observando há um tempão, estava rondando por ali e gostei muito de pegá-lo. O engraçado foi que, depois que  já estava castrado, um dia cheguei à escola e peguei-o no flagra correndo atrás da gatinha colorida. Quando me viu, parou e ficou me olhando. Eu disse a ele: "se liga cara, pra você, a festa acabou" e ele virou as costas e fugiu de mim, disparado. Agora não foge mais apavorado, só se afasta, como fazem todos eles, que não gostam de humanos. Também não teve a orelha marcada, mas é inconfundível ali na patota. Esta foto tirei alguns dias depois, ele já estava castrado.


Gato #3
Essa gatinha é a Mamãe, causadora do processo todo. Deu um trabalhão, demorei dois meses para conseguir colocá-la na gatoeira. Primeiramente, ela entrou com as duas filhotas, quando estas ainda estavam por lá, mas a porta não fechou. Consegui as duas filhotinhas logo, mas, como já disse, por terem sido resgatadas e não devolvidas, não estão na contagem.
Voltando à mamãe, depois que peguei as gatinhas e o Frajola,  um dia fui olhar e ela estava lá dentro. Pulei dez metros de altura, de felicidade e levantei a gatoeira, que na época não tinha o papelão protetor. Liguei para meu marido para contar que tinha capturado a mamãe e, quando desliguei o telefone, só vi a ponta do rabo dela desaparecendo atrás da árvore. Ela pulou tanto que abriu a porta de trás e saiu. Até chorei de frustração e fiquei achando que nunca mais a pegaria. Consegui três gambás (ou o mesmo gambá três vezes, não sei), devolvido imediatamente ao local, mas a danada que é bom, nada. Ela ficou esperta e só comia a ração que eu colocava de trilha, sem entrar na armadilha. Mas um dia, depois que devolvi o Siamesão número 2, fomos, eu e o Fábio, determinados a pegá-la. Levei ração seca e ração molhada, sachê de atum. Primeiro ela comeu tudo o que estava fora e sentou, lambendo os beiços. Ali achei que ela não entraria, mas depois não resistiu e foi comer o atum. E a porta fechou. E eu fiquei tão feliz que todo mundo da secretaria foi lá ver. Foi comemoração geral, porque todos conheciam a novela da gatinha Mamãe. No total, acho que foram cinco minutos. Acho que foi a mais brava de todos, pois destruiu todo o papelão da gatoeira e o vestido com o qual eu a cubro para eles se acalmarem. Foi depois dela que resolvemos forrar a gatoeira com um material mais forte e escuro.  Estava com infecção no útero (Piometra), o que me deixou mais feliz ainda com a castração, que provavelmente, salvou sua vida. É uma fofa, ainda come lá todos os dias. Tricolor, como minha gatinha Cachaça, teve uma filhota branca com manchinhas pretas uma manchinha amarela e uma filhota amarela de peito e patinhas brancas. A Mamãe também não teve a orelha cortada.


Gato #4
O Papaizão. Eu o chamo assim, porque um dia cheguei para trabalhar e ele estava lá, paquerando a Mamãezinha. Como é o único lá da turma que tem amarelo na pelagem e uma das filhotas também, resolvi que é o pai delas. Muito bravo na gaiola, bem agressivo, mas na escola, solto, não é dos mais ariscos, chega perto de mim quando estou colocando ração na tigelinha. Quase o peguei com a caixa de transporte, sem gatoeira, porque ele entrou todo faceiro. O único problema foi que uma parte do rabo ficou para fora e tive medo de machucá-lo ao fechar a porta. No dia seguinte levei a gatoeira e ele ficou sentado na ponta da mesa de pedra, só observando enquanto eu montava a armadilha. Depois entrou pra comer. Demorou só um pouco, porque ele já tinha jantado na imobiliária, mas o sachê de atum é irresistível. Segundo o veterinário, tem mais de cinco anos - o que é bastante para um gato de rua - extremamente forte, musculoso e todo cheio de cicatrizes, provavelmente um gatão brigador. A foto eu fiz depois que o devolvi, quando sentou no muro e ficou me olhando, com a cara fofa dele. Ficou sumido e com trauma de mim uns dois dias, mas já somos amigos novamente. Foi o primeiro que teve a orelha esquerda cortada para marcar.


Estes são os que sempre estão na escola. Depois disso, passei à imobiliária, de onde ganhei um controle remoto para poder acessar a colônia nos fins de semana. Ali são, além dos da escola que também comem lá, mais duas fêmeas, um filhote, um adolescente e um adulto preto, do qual não sei o sexo. 

Nas próximas postagens, vou apresentá-los a vocês, aos poucos. Se alguém tiver alguma pergunta, pode entrar em contato comigo pelo comentário ou pelo e-mail gatoderuablumenau@gmail.com. Se passou algum erro esquisito de digitação despercebido, não reparem. Enquanto estou digitando, tem uma gatinha passeando pelo computador, tentando pegar o cursor. Já li e não vi nada, mas pode ser que vocês achem. :)

Até mais e obrigada.

Maria Cecília

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