segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O estranho "serumano" - Parte II

Tudo na vida é possível. Eu nunca tinha imaginado que um dia seria gateira, sério. Sempre preferi cachorros, minha família sempre teve cachorros, com exceção da Heloísa - uma gatinha "castrada" e parideira e os gatos Xipicos da minha avó. Até que um maloqueiro com cara de bombril apareceu na minha vida. Apaixonei-me pelos felinos, veio o Nicolau, a Cachaça e mais alguns que passaram por minha casa, para adoção.

Em maio de 2012 comecei o C.E.D em Blumenau e, desde então, meu maior sonho é castrar TODOS os gatos de rua desta cidade que escolhi pra viver. Claro que não será possível por enquanto, pelo menos, não enquanto filhotes não castrados continuarem sendo doados ou pessoas deixarem seus animais não castrados passearem livremente pelas ruas.

Experimentei coisas muito legais, diferentes, desde que comecei com a Operação. Ouvi barulho de gato bravo (morro de medo!), aprendi a diferença entre gato de sofá e gato do mato, aprendi a manejar uma gatoeira, peguei sardinha na mão, virei contorcionista mesmo com a coluna travada que tenho, entre outras coisas. Conheci muitas pessoas desde que me descobri gateira. Muita gente gateira também que existe no mundo e eu nem sabia, de Campinas, de São Luiz do Maranhão, de Araçatuba, do Rio Grande do Sul, de Indaial e de Blumenau, do Rio de Janeiro, enfim, de um monte de lugar. E é essa gente legal que me ajuda a levar o Projeto em frente.

Quando a gente abraça uma causa começa a conhecer os que criticam a causa e sua opinião - e sobre pessoas assim já escrevi no outro posto sobre o "serumano". Hoje quero falar sobre o "serumano" que faz a diferença.

Dia desses capturei um gato cheio de Bernes - o Bernardo - você já deve conhecer a história. Como ele não estava no orçamento da Operação, pedi ajuda pelo Facebook pra pagar a conta do veterinário. Não posso me dar ao luxo de assaltar meu caixa para cuidar da saúde de gatos abandonados, porque não dá, não tenho dinheiro suficiente pra isso. Às vezes, nem pras castrações, que são meu foco. Então pedi socorro, e pessoas que não conheci pessoalmente ainda, me ajudaram, pagaram a conta. Algumas pessoas doaram, a veterinária deu desconto e o Bernardo viveu feliz para sempre. Aliás, ainda está vivendo lá na casa da Dani, que ficou com ele.

Agora estou fazendo rifa, porque, como já falei em outras ocasiões, os gatos brotam do asfalto em Blumenau e os livros não são vendidos na mesma velocidade. Tenho uma fila de aproximadamente 30 gatos para castrar e cada vez que converso com pessoas, a fila aumenta. E eu entro em pânico.

Porém, durante a curta caminhada em prol dos gatos de rua, conheci a generosidade de algumas pessoas que se identificam com meu trabalho. E são essas pessoas que me fazem doações, mesmo sem saber quem eu sou, pois algumas delas me fizeram doação e eu nem tenho como agradecer diretamente, porque são amigas de amigas de amigas, etc. E as pessoas que se ofereceram pra vender a rifa pra mim, muito legal. Muito bom, me faz muito feliz e acreditar que ainda esperança. Não é muito certo crer que os seres humanos do mal são maioria. Embora às vezes seja esta minha opinião. Gente que se importa realmente mexe comigo. 

Muito obrigada a todo mundo que aqui se sentir incluído nos meus agradecimentos. Não quero citar nomes, porque  minha memória não é lá essas coisas e seria muito injusto deixar alguém de fora. Então, se você, de alguma maneira me ajudou ou está ajudando no  meu trabalho, MUITO OBRIGADA, de coração. Um dia, tenho certeza, a vida/ o Universo - chame como quiser - eu chamo de Deus, vai te devolver tudo o que fez por mim, pelos meus gatos, por outras pessoas e outras causas. 

Segundo a Wikipedia: "Generosidade é a virtude em que a pessoa ou o animal tem quando acrescenta algo ao próximo. Generosidade se aplica também quando a pessoa que dá algo a alguém tem o suficiente para dividir ou não. Não se limita apenas em bens materiais. Generosos são tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque isso lhes fará bem, tanto quanto aquela pessoa que dividirá um tempo agradável para outros sem a necessidade de receber algo em troca."

Ser alvo de generosidade é muito bom. Tenho um marido generoso, posso falar pela minha experiência. E receber de todas as pessoas a quem estou agradecendo neste post é também uma experiência muito forte. Me faz, inclusive, rever meus conceitos e atitudes.

Um grande abraço a todos que torcem, compartilham, doam, conversam, pedem informação, vendem minha rifa, etc. Vocês fazem parte do meu mundo, do meu projeto e do meu sucesso até aqui. Para vocês, uma mensagem daquela que, para mim, juntamente com Nossa Senhora, melhor exemplifica o que é servir ao próximo por amor a Deus.



Deus os abençoe.

Maria Cecília


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